Conheça os riscos da obesidade na gravidez, por Abdon Murad Júnior

O excesso de peso materno pode ser um fator de risco para diversas doenças e complicações durante a gravidez, isso é claro. 


Mas a gestante obesa tem uma chance maior de desenvolver doenças. Sendo elas:

Hipertensão;

Diabetes;

E consequentemente de ter um bebê com problemas de peso ao nascimento e ao longo de toda a sua vida.

Então ao falarmos sobre o combate à obesidade na gravidez, retratamos sobre uma medida essencial para promover o bem-estar da mãe e da criança nessa fase única e que merece ser bem supervisionada.

Primeiramente, o que é a obesidade?

Quantidade não é qualidade seja em qualquer alimentação. A pessoa obesa ingere muito carboidrato, o que não sacia e a faz comer o triplo.

Por consequência, a ausência de proteínas na alimentação pode levar a comprometimento da imunidade, inchaço, queda de cabelo e alteração da cor dos fios, fragilidade das unhas e sonolência. O agravamento do quadro causa sintomas neurológicos, como confusão mental, e pode até matar por encefalopatia.

Mas para continuar com uma dieta com as proporções adequadas dos macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) é necessário para prevenir problemas de saúde.

Essa deficiência de carboidratos provoca a formação de corpos cetônicos, substâncias tóxicas para rins e cérebro. A ingestão de gordura abaixo do ideal pode reduzir a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).

Mas a obesidade em si, é definida como um estado excedente de peso, geralmente de excesso de tecido adiposo, da estrutura do organismo de um indivíduo.

O método mais utilizado para determinação da obesidade é o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que divide o peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metro).

Quando o resultado é maior do que 30 kg/m2, a pessoa pode ser considerada obesa. Valores abaixo de 18 kg/m2 indicam que o indivíduo apresenta baixo peso; entre 18 e 25 kg/m2, peso adequado e entre 25 e 30 kg/m2, sobrepeso.





O que é a obesidade na gravidez? Abdon Murad Jr. nos conta!

"Para a gravidez, a obesidade também é calculada a partir do IMC, tendo em mente o ganho de peso considerado normal para o período e uma tabela que acompanha o peso da gestante durante cada mês."

Então, a obesidade na gravidez pode se dar de duas formas distintas: uma mulher de peso normal, que se torna obesa durante a gestação, ou uma mulher já obesa que engravida. Ambas as situações trazem riscos para a mãe e para o bebê.

Mas como descobrir se o seu ganho de peso está normal?

Para Abdon José Murad Jr., ele explica que em toda consulta de pré-natal, a gestante é pesada, e que cada médico avalia se o ganho de peso está normal ou anormal.

Mas que quando a mulher estiver engordando mais do que o recomendado, ou já apresentar um estado de obesidade, ela irá receber orientações relacionadas ao controle de peso.

E o que é considerado um ganho de peso normal durante a gestação?

Abdon Murad diz que de acordo com o Segundo o Ministério da Saúde, "Mulheres que começam a gestação com um peso adequado devem ganhar de 11 a 16kg durante os nove meses de gravidez."

Ou seja, para as que engravidam com sobrepeso, o ganho de peso ideal é entre 7 e 11kg. "Já para as obesas, a balança deve mostrar um ganho de apenas 5-9 kg ao final da gravidez." Diz.

Afinal, quais os riscos da obesidade na gravidez para a mulher?

Toda pessoa obesa corre riscos. Mas já no caso de mulheres grávidas, os riscos são mais complexos e resultam em quadros preocupantes. A obesidade aumenta o risco de complicações durante a gravidez em até seis vezes, com doenças como diabetes gestacional, hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia.

O excesso de peso também aumenta o desconforto nos últimos meses, prejudicando o deslocamento e a respiração da gestante e piorando as dores nas articulações.

O excesso de gordura pode ainda privar a mulher da sensação do bebê mexendo dentro da barriga, já que os movimentos da criança são amortecidos, e a percepção deles fica prejudicada.

Na hora do parto, o processo costuma ser mais demorado e demanda mais intervenções, como o uso de fórceps, vácuo ou realização de cesárea. Após o parto, a obesidade atrapalha ainda o processo de cicatrização da cesárea ou de qualquer laceração vaginal, aumentando o desconforto e dificultando os cuidados com o bebê.

Quais os riscos para o seu bebê?

O desenvolvimento do feto em um organismo com as alterações metabólicas da obesidade aumenta o risco de malformações cardíacas e de malformações do tubo neural, afetando a formação do cérebro e da medula e provocando doenças como a espinha bífida e a mielomeningocele.

As complicações obstétricas aumentam o risco de o bebê nascer prematuramente e ter suas chances de sobrevivência reduzidas. Isso porque bebês prematuros costumam apresentar baixo peso, dificuldades respiratórias e hemorragias cerebrais e demandar atendimento médico intensivo após o nascimento.

Já quando a gestação alcança as 40 semanas, o mais comum é que a criança seja maior do que o normal (macrossomia), e o parto vaginal não evolua adequadamente, aumentando o uso de manobras ou equipamentos que podem machucar o bebê durante o parto.

Além desses riscos relacionados à gravidez e ao parto, a tendência é que essa criança já nasça com distúrbios de metabolismo e seja criada em uma casa com hábitos de alimentação ruins. Esses fatores constituem a receita perfeita para que ela também apresente problemas de peso durante a infância e a vida adulta.

Como prevenir essas complicações?

O primeiro passo é planejar a gravidez para um momento em que a mulher apresentar um peso adequado e hábitos de vida mais saudáveis. Assim, se ela está obesa e deseja engravidar, o ideal é que ela se prepare fisicamente para a gestação, emagrecendo e atingindo um IMC mais baixo antes da concepção.

Quando a gravidez veio de surpresa, ou o ganho de peso nos primeiros meses está excessivo, a gestante deve ficar mais atenta à dieta e à prática de exercícios físicos.

Que tal algumas dicas?

1. Beba água em grande quantidade (cerca de 2 litros/dia);

2. Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes;

3. Faça lanches saudáveis ao longo do dia;

4. Evite alimentos com alto nível de gordura, sal ou açúcar;

5. Não coma por dois;

6. Pratique atividades físicas de baixa intensidade (caminhada, ioga, hidroginástica etc.) regularmente;

7. Faça um acompanhamento pré-natal adequado;

8. Agende uma consulta com o nutricionista;

9. Controle a ansiedade, a depressão e outros distúrbios psicológicos que aumentam a fome.

Uma grávida obesa deve perder peso durante a gestação?

Não. Definitivamente não!

Porque durante a gravidez, é normal que a mulher ganhe peso, já que o bebê, a placenta, o líquido amniótico e as outras alterações que ocorrem no corpo da gestante promovem esse aumento na massa corporal.

"Perder peso durante a gravidez pode comprometer o desenvolvimento do bebê e colocar a vida dele em risco!" Explica Abdon Murad Jr.

Portanto, o ideal não é que a mulher obesa perca peso, mas que limite o ganho de peso a algo entre 5 e 9kg, utilizando de sua reserva de energia para suprir qualquer gasto além desse.

Após o parto, o que fazer?

Após o nascimento do bebê, muitas mulheres se acomodam com o excesso de peso e desistem de voltar ao peso habitual.

Mas é possível aproveitar essa fase para perder peso com a amamentação exclusiva, que promove um gasto de até 500 calorias por dia, o equivalente a uns 40 minutos de atividade intensa na esteira ou na bicicleta.

Perder peso e mudar os hábitos de vida após o parto altera não só a rotina da mãe como de toda a família, permitindo que seu filho cresça em um ambiente mais saudável.

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