Quais são riscos da obesidade infantil? Por Abdon José Murad Júnior 




Primeiramente o que é obesidade infantil? 
Seria uma massa corporal acima do percentual 95, que pode ser analisado em gráficos específicos, alertando para a obesidade. Essa doença pode não só afetar os adultos como crianças também.


“A obesidade leva a um aumento das doenças crônicas, que estão entre as principais causas de adoecimento e morte.” De acordo com Abdon Murad Jr. Só no Brasil, 60,8% das crianças de até 2 anos já comem biscoito, bolacha ou bolo e 32,3% delas tomam refrigerante e suco artificial, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE.


Os pais da criança normalmente não acreditam quando a criança está com obesidade pelo fato de serem apenas crianças. O que acarreta em uma série de doenças na vida da criança.
Tornando que uma criança obesa tenha enorme chance de se tornar um adulto obeso, e o risco de desenvolver doenças pode permanecer mais alto mesmo se ela emagrecer.

O que pode ocorrer mais pra frente?

A criança poderá desenvolver depressão ou falta de auto estima ao chegar na fase da adolescência. 

O excesso de peso na infância virou um dos maiores desafios de saúde no nosso país. Saiba o que está ao nosso alcance para reverter a situação.

Se na década de 1970 o principal entrave ao desenvolvimento das crianças brasileiras era a desnutrição, hoje, quase 50 anos depois, a preocupação pende para o extremo oposto da balança. “A obesidade é a maior epidemia de todos os tempos e não deixou o Brasil de fora”, sentencia a pediatra Renata Machado, do Departamento de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

É um problema que afeta gente de todas as idades – a prevalência entre os adultos aumentou 60% no país de 2006 a 2016! – e começa cada vez mais cedo. Entre meninos e meninas de 5 a 9 anos, 33% já estão acima do peso e 15% são considerados obesos. Nesse ritmo, a estimativa é que a obesidade atinja 11,3 milhões de brasileirinhos em 2025.

E por que os especialistas se inquietam tanto com isso? “Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”, alerta Michele Lessa, coordenadora de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde. A condição está associada a nada menos que 26 doenças crônicas, como pressão alta e diabetes tipo 2 – problemas que deixaram de ser exclusividade de gente grande.

Nesse cenário, vislumbra-se, pela primeira vez na história recente, uma geração que poderá viver menos e pior que seus pais. Não à toa, de acordo com Michele, o combate à obesidade foi alçado em prioridade para o governo, que aposta em ações de estímulo ao aleitamento materno, à prática de atividade física e à mudança de comportamento alimentar.

Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada desnutrida. Isso por causa da má qualidade da alimentação, que nas últimas décadas vem perdendo nutrientes bacanas e ganhando açúcar, gordura e sódio desde muito cedo. Imagine que 32,5% das crianças com menos de 2 anos consomem refrigerante ou bebidas adoçadas cinco ou mais vezes por semana.



Abdon Murad Júnior explica que mesmo que com a vida corrida os pais acabam não tendo tempo para seus filhos, mas que a culpa não recaí sobre os pais. Até porque hábitos alimentares saudáveis se constroem também a partir de políticas públicas, com informação adequada, melhoria do ambiente escolar, restrição de propaganda e redução da disponibilidade de produtos desequilibrados.

Estudos sugerem que, ao chegar aos 18 anos, um jovem de hoje poderá ter passado três anos em frente a uma tela de televisão, um celular ou um tablet. Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em movimento fiquem em segundo plano.

Outro aspecto associado ao abuso das telas e ao próprio excesso de peso é a má qualidade do sono. Sem horários estabelecidos para dormir e acordar, muitas crianças descansam pouco ou mal, situação propícia a desregular hormônios que controlam a fome e a saciedade e o desenvolvimento do corpo.

Tem mais. O sono ruim gera cansaço, baixo rendimento escolar e problemas emocionais. E aí chegamos a outro ponto crítico: a obesidade não compromete só a saúde física, prejudica também o bem-estar mental e social.

“Algo que os pacientes trazem muito é a questão do preconceito. As crianças acima do peso são humilhadas e responsabilizadas por seu problema, e este é um fator sério, que pode mexer com a vida as crianças para sempre”, ressalta Abdon Murad Júnior. 


Não é incomum, nesse contexto, que na convivência diária pais e cuidadores deixem de notar que o pequeno está ganhando peso demais. Daí a necessidade de prestar atenção e acompanhar de perto com o pediatra.

Até porque, uma vez instalada a obesidade, mais difícil fica reverter o quadro. Sem uma atuação em conjunto, que envolva uma equipe interdisciplinar, a família e a escola, não há como resolver.


Nesse sentido, os experts são unânimes em defender uma abordagem mais preventiva. O Dia Mundial da Obesidade acontece uma vez por ano, mas a prevenção deve existir o tempo todo, a todo instante: na mídia, nas escolas, nas ruas, nos consultórios.

Como conseguir uma infância saudável? Dr. Abdon José Jr. responde: 

1. Tenha uma gravidez planejada: Um pré-natal adequado reflete no peso e na saúde da criança. Tabagismo, obesidade materna e diabetes gestacional estão ligados a quilos extras na infância.

2. Atente-se ao aleitamento materno: Estudos associam amamentação à prevenção da obesidade infantil. A recomendação é seguir o aleitamento exclusivo até os 6 meses e com alimentação complementar até os 2 anos.

3. Siga um cardápio bacana: As crianças devem consumir cinco porções de frutas e verduras todos os dias, assim como água à vontade. Reduza salgadinhos e biscoitos: comida feita em casa é sempre melhor.

4. Remédio com critério: Isso vale sobretudo para antibióticos. Seu uso antes dos 2 anos e por mais de três ocasiões eleva em 25% o risco de obesidade mais à frente. Nada de medicar a criança sem orientação profissional.

5. Corpo em movimento: Criança tem que jogar bola, andar de bicicleta, passear com o cachorro… brincar ou praticar uma atividade física pelo menos uma hora todos os dias deve ser parte da rotina.

6. Bom senso nas telas: É orientado não expor a criança à televisão, celular ou tablet antes dos 2 anos. Depois disso, a sugestão é passar no máximo duas horas por dia em frente a uma tela.

7. É hora de dormir: A privação de sono pode aumentar o apetite e a preferência por alimentos calóricos. Estabeleça horários e lembre-se de que a soneca do dia não compensa o repouso noturno.

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